“O Presente Foge, o passado é irrecobrável, e o futuro, incerto”
Eduardo Giannetti da Fonseca
Uma das maiores preocupações da atualidade em termos de finanças pessoais é o equilíbrio orçamentário, ou seja, o equilíbrio entre o que se ganha pela remuneração do trabalho e o que se gasta no consumo de bens e serviços. A regra básica é não gastar mais do que se ganha, exemplo que deve ser seguido no caso das famílias, governos e empresas.
Vivemos numa economia onde a satisfação do consumo presente sobrepuja a formação de poupança de longo prazo. Diante desse dilema, você já parou para refletir como estará sua situação financeira daqui a 10, 20, 30 anos? Se a resposta foi não, lembre-se que para ter um futuro tranqüilo faz-se necessário a formação de poupança de longo prazo que é fruto da elaboração de um planejamento financeiro pessoal, que exige algum sacrifício no consumo presente.
Segundo Frankenberg (1999) “Planejamento Financeiro pessoal significa estabelecer e seguir uma estratégia precisa, deliberada e dirigida para a acumulação de bens e valores que irão formar o patrimônio de uma pessoa e de sua família”. Se você é um indivíduo consumista, dificilmente conseguirá formar uma reserva para o futuro e realizar seus sonhos, como comprar a sua casa própria ou acumular uma renda para uma aposentadoria mais tranqüila financeiramente e independente da previdência oficial.
Assim, é preciso encontrar um meio termo para viver, com um estilo de vida que você não seja nem avarento e nem perdulário. É claro que o consumo de bens e serviços é necessário e prazeroso (o que seria da economia sem ele). O que se almeja é um consumo responsável, planejado e dentro das restrições orçamentárias de cada um, para que dessa forma possamos viver com menos preocupação e maior felicidade no lar. Abraham Lincoln – Presidente dos EUA em 1865 (na época da Guerra da Secessão) disse a seguinte frase: “Não evitarás dificuldades financeiras se gastares mais do que ganhas”. Como vimos não tem segredo!
O autor do livro “O Homem mais Rico da Babilônia”, George Clason (2005), estabelece sete soluções para um futuro financeiro mais tranqüilo: 1. Comece a fazer o seu dinheiro crescer – economize, pelo menos, 10% de tudo o que você ganha; Controle os seus gastos – organize suas despesas para se ajustar a 90% da sua renda; Multiplique seus rendimentos – invista! Proteja seu tesouro contra as perdas – não assuma riscos excessivos e aconselhe-se com quem trabalha com dinheiro; Proteja a sua família – cuide da saúde e educação e tenha seu próprio lar; Assegure uma renda para o futuro – quanto você necessita para ter uma vida tranqüila? Aumente a sua capacidade de ganhar – progrida em sua profissão, cultive suas aptidões e acumule conhecimento através do estudo.
Sabendo poupar é hora de tratar do enriquecimento da “cultura financeira”. Procure conhecer os produtos que estão disponíveis no mercado financeiro para formação de seu patrimônio. Administrar bem os seus recursos é fundamental. Muito cuidado quando for investir. Existe uma diversidade de produtos no mercado financeiro voltados para pessoas físicas, como a poupança, CDBs, fundos de investimento e ações, esse último bastante atraente para o investidor que almeja o retorno do seu investimento no longo prazo.
Quando investir, procure sempre a orientação de um especialista e observe três regras básicas: 1a.) Não se encante somente com o retorno oferecido pela aplicação, observe os riscos intrínsecos dos produtos, ou seja a relação entre o risco o retorno. 2a.) Diversifique seus investimentos, no popular: “não coloque todos os ovos na mesma cesta”. 3a) Observe a liquidez do investimento: entende-se por liquidez a velocidade e a facilidade com a qual um bem ou ativo financeiro pode ser convertido em dinheiro e ainda assim conseguir um preço justo.
Como vimos, boa parte do que mencionei nesse texto pode parecer bastante óbvio para a grande maioria dos leitores, entretanto, persistimos em cometer alguns erros que podem comprometer nosso futuro financeiro e lá na frente corrermos o risco de nos lamentarmos dizendo: Há se eu soubesse...
Realize seus sonhos e seja feliz!
Nos últimos vinte anos aumentou bastante à participação da mulher no mercado de trabalho, segundo o IBGE, em janeiro de 2011, elas representavam 46,2% da População Economicamente Ativa - PEA. A PEA compreende o potencial de mão-de-obra com que pode contar o setor produtivo, ou seja, as pessoas aptas para o trabalho. Com essa evolução, muitas mulheres tornaram-se provedoras do lar e assim responsáveis pela administração do orçamento familiar. Na classe C a participação da renda da mulher no orçamento já chega a 41%.
Com as mulheres conquistando seus empregos, e adquirindo sua independência financeira, assumem a cada dia posições de destaque no cenário mundial. Há alguns anos atrás a mulher era responsável pelos afazeres domésticos, hoje, ela assume cargos de importância nas empresas públicas e privadas. Pela primeira vez na história do Brasil, temos uma mulher Presidenta da República, além, é claro de várias outras mulheres de fundamental importância em suas respectivas áreas de trabalho.
Esses acontecimentos vêm transformando o perfil de consumo e de formação de poupança do público feminino, tornando-as mais exigentes e com forte influência nas decisões de compra e investimento da família. Esse aumento do poder de decisão vem transformando o mercado financeiro e de capitais e de bens de uma maneira geral.
Sabemos que a mulher como formadora de poupança, é algo quase instintivo, caracterizados pelo seu perfil conservador, sua visão de longo prazo, proteção da família e a capacidade de gerir seus próprios recursos. Quem é da minha época se lembra que nossas mães ou avós sempre tinham uma graninha guardada em um potinho num lugar secreto da casa, que na hora da urgência era sempre muito bem utilizado.
Cada dia que passa as mulheres vem influenciando não somente no consumo, mas também no lado do investimento. Foi-se o tempo em que investimentos e aplicações financeiras eram o “departamento” do homem. Hoje a mulher já decide onde investir e muitas vezes até orienta seu companheiro e filhos. A participação da mulher em Clubes de Investimento e em cursos e seminários sobre o tema investimentos é uma constante nas salas de aula.
Essa forte atuação da mulher já começa a refletir nas estatísticas do mercado financeiro podemos citar a participação da mulher no número de investidores pessoas físicas na BM&FBovespa, que em 2002 era de 17,63% passando a representar 24,78% em 2011 (posição em jan/2011). Isso representa uma evolução de 7,15 pontos percentuais.
A literatura sobre finanças também tem dedicado atenção às mulheres. O escritor e Ph.D americano Frankel, Louis (2006:23), em seu livro Mulheres Boazinhas Não Enriquecem, fez uma pesquisa com mulheres no mundo inteiro, pedindo que elas concluíssem a seguinte frase: “Eu seria rica hoje se tivesse...”. Abaixo seguem algumas respostas dadas:
Do meu ponto de vista, independente do anseio da mulher em ser rica ou não, cabe sim pensar num futuro mais tranqüilo. Para isso, em alguns casos, ainda faz-se necessário algumas mudanças de postura em relação ao trato com as finanças e o consumo. As mulheres profissionais autônomas é exemplo disso, e devem pensar seriamente em formar uma poupança para a sua aposentadoria e até mesmo para algumas eventualidades da vida, como a perda do emprego, doença, ou separação. Lembre-se que a expectativa de vida da mulher vem aumentando e vai ser necessária uma renda adicional para cuidar da sua saúde e da sua melhora na qualidade de vida.
Mulheres, Parabéns!
Após trabalhar mais de vinte anos em fundos de pensão e de conhecer o modo de vida das pessoas que se aposentam, venho neste artigo provocar os leitores à uma reflexão sobre o futuro de cada um de nós. Será que estamos nos preparando corretamente para a aposentadoria, pensando sobre os pontos de vista financeiro, de saúde e psicológico?
Antes é bom lembrar que existem duas formas de se aposentar pela Previdência Social por tempo de contribuição: a aposentadoria proporcional, para o homem com 53 anos de idade e que tenha comprovado pelo menos 30 anos de contribuição a Previdência Social e para a mulher que deverá ter no mínimo 48 anos de idade e 25 anos de contribuição. Já na aposentadoria integral o trabalhador homem deve comprovar no mínimo 35 anos e a mulher 30 anos, de contribuição à previdência social.
É importantíssimo para entender melhor o nosso futuro, o que está se passando no Brasil em termos de envelhecimento da população e das mudanças culturais nas famílias. Segundo MIEBAK (2010) no seu livro: ¨O Futuro Irá Chegar”, a população brasileira está em processo acelerado de envelhecimento. Esse envelhecimento da população tem sido motivado pela diminuição da taxa de natalidade. Atualmente o número de filhos por família é menor em virtude do avanço da educação, que contribui para uma melhor compreensão da situação financeira da família e a preocupação com o futuro dos filhos; o uso de métodos anticoncepcionais; o avanço da mulher na sociedade, trabalhando mais, criando sua independência financeira e com menos tempo para cuidar dos filhos. Do ponto de vista da estrutura familiar, até mesmo o aumento do número de divórcios pode ter contribuído para isso. Recente pesquisa do IBGE mostra que o aumento da esperança de vida ao nascer e a queda da fecundidade no País têm feito subir o número de idosos, que passou entre 1999 e 2009 de 6,4 milhões para 9,7 milhões. Em termos percentuais, a proporção de idosos na população subiu de 3,9% para 5,1%.
Segundo pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a expectativa de vida no País aumentou cerca de três anos entre 1999 e 2009. Assim, é esperado que um brasileiro viva pelo menos 73,1 anos. No período avaliado, a expectativa de vida das mulheres passou de 73,9 anos para 77 anos. Entre os homens, subiu de 66,3 anos para 69,4 anos.
Vivendo mais temos que ter maior preocupação com despesas futuras como moradia, alimentação e principalmente saúde, que necessitará mais de medicamentos e assistência médica. Você está preparado para isso? Ou vai dizer a velha frase: ¨Há se eu soubesse...
É crucial para uma aposentadoria tranquila, cuidar do seu futuro financeiro. Planeje sua aposentadoria e comece desde hoje a poupar e ter uma reserva financeira para não ter que depender de terceiros para sua sobrevivência na velhice. Essa reserva pode vir de aluguéis de imóveis ou de aplicações financeiras como poupança, fundos de investimento, CDBs e ações.
Agora não adianta ter dinheiro no bolso e não ter saúde. Hoje a terceira idade vive mais e melhor, é comum pessoas com mais de 60 anos frequentarem academias, fazer caminhada, aulas de dança e viajar pelo Brasil e até mesmo por outros países, com grupo de amigos ou amigas ou em excursões.
É importante cuidar da mente e do corpo, afinal: Mente Sã, Corpo São. Você que deixou sua caminhada e que anda estressado, que tal voltar a caminhar e melhorar sua saúde e disposição. Você que engordou mais do que devia, que tal fazer um regime e fazer alguns exames médicos para verificar se está tudo legal com a sua saúde. Isso tudo e simples e vai te garantir mais alguns anos de vida.
Outro fator importante é o que fazer depois de se aposentar. Semprefica a pergunta: Qual é a hora certa para se aposentar? Estou preparado para ter essa nova vida? O que posso lhes dizer após conversar com muitos aposentados é o seguinte: No começo é como tirar férias mas depois, com o tempo, a sensação que alguns aposentados me passam é que acordam de manhã e não sabem para onde ir. Por isso é preciso se planejar para se aposentar. Evite ficar isolado mantendo um grupo de amigos para conversar e se manter atualizado.
A leitura de jornais, revistas e um bom livro podem ser essenciais para ocupar o tempo de forma inteligente. É saber usar o chamado Ócio Criativo. Procure atividades que te der prazer: Muitas pessoas me contaram que passaram a pintar quadros, aprender informática, cantar em coral, cozinhar para um grupo de amigos, tocar um instrumento, participar de grupos de dança, fazer natação, ir para academia, viajar pelo Brasil e pelo mundo. São inúmeras as novas atividades que podem ser desenvolvidas, precisa só saber procurar todas as coisas boas que a vida oferece e a gente não aproveita, não é mesmo!
Se você está em depressão procure ajuda de um médico ou até mesmo de um amigo, mas cuidado, não se isole nunca! Evite descontar as mágoas na mesa de um bar, isso só tende aumentar seu problema, pois no momento da bebedeira vem a euforia e depois a depressão com mais força ainda. Portanto, envelhecer bem é uma arte que todos devemos aprender!
"Toda parte do corpo se tornará sadia, bem desenvolvida e com envelhecimento lento se exercitadas; no entanto, se não forem exercitadas, tais partes se tornarão suscetíveis a doenças, deficientes no crescimento e envelhecerão precocemente".
Hipócrates
Nos últimos meses a inflação voltou a atrair a atenção dos consumidores talvez por isso, diversos leitores mandaram perguntas ligadas a esse tema. Essa preocupação tem sua lógica, pois Fortaleza é uma das capitais do país com a maior inflação e assim sofremos no bolso o aumento dos preços dos produtos e serviços, principalmente, quando fazemos nossa tradicional compra do mês nos supermercados ou simplesmente tomamos um cafezinho.
Minha tarefa hoje, é tentar explicar o conceito de inflação e quais as conseqüências no dia-a-dia dos consumidores quando esse índice aumenta. Conceitualmente o índice de inflação serve para medir a variação no custo de vida do cidadão, e conseqüentemente o seu poder de compra. Entenda por poder de compra a capacidade financeira que o consumidor tem de adquirir bens e serviços, ou seja, o quanto ele pode pagar. Se os preços dos produtos aumentam mais que a sua renda, isso diminui seu poder de compra, ocasionando, por exemplo, a redução da quantidade de compras do seu carrinho de supermercado.
Os índices de inflação medem o comportamento da variação de preços de uma cesta de bens e serviços consumidos pelas famílias de determinadas localidades de um país. Essa cesta é composta por diversos itens que reflitam necessariamente o que um cidadão precisa para sua sobrevivência. Constam na maioria dos índices os itens: alimentação (gêneros alimentícios e alimentação fora do domicílio), habitação (aluguel e condomínio), vestuário (roupas e sapatos), saúde (medicamentos e planos de saúde), cuidados pessoais (produtos de higiene pessoal), educação (material escolar e mensalidade escolar), recreação (cinema, teatro e entretenimento em geral), transportes (passagem de ônibus, metrô e taxi) e despesas diversas (cartório, loteria, correio, mensalidade de internet, cigarro, dentre outras). Citei em cada item aquelas principais despesas, na realidade são centenas de produtos pesquisados em diversos estabelecimentos comerciais.
O detalhe é que cada índice de inflação difere em sua metodologia no peso atribuído a cada bem. Dessa forma, eles procuram compor o índice de forma a ficar o mais próximo possível da realidade dos gastos de uma família. O principal peso na maioria dos índices é o relativo ao item alimentação, chegando em alguns casos a 30% da cesta.
Os índices de inflação mais utilizados no Brasil são calculados por três Institutos: Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE, Fundação Getúlio Vargas – FGV e Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas – FIPE.
No Brasil existem vários índices de inflação cada qual com diferentes critérios para diferenciá-los. São critérios de diferenciação fundamentais: o órgão responsável pela divulgação do índice, a metodologia de cálculo; a composição da cesta de produtos e serviços; o nível de renda familiar, e a localidade de pesquisa de preços, e o período de coleta.
O IGP-M é um dos principais índices de inflação e que realmente mexe com o seu bolso. Eleealmente produto na cesta mais do que isso principalmente se levarmos em conta o item alimentaç é calculado pela FGV e é o índice que reajusta os aluguéis, financiamentos imobiliários e preços administrados como água, energia elétrica e telefonia. O IGP-M na realidade é um índice ponderado por três outros índices: O IPA que representa 60%, o IPC, 30%, e o INCC 10%. Só neste ano o IGP-M acumulou até o mês de novembro uma alta de 10,56% e foi o grande vilão dos índices de inflação.
Quem faz as compras nos supermercados sabe o quanto a inflação realmente pesa no bolso e deve estar me perguntando: Os preços só subiram isso? Evidentemente que não, isso é só uma média obtida pela ponderação de cada produto e serviço na cesta de inflação. Os preços subiram muito mais do que isso principalmente se levarmos em conta o item alimentação. O feijão carioca só no mês de outubro deste ano subiu 31,42%.
A Inflação não é boa para ninguém, principalmente para o consumidor que é assalariado. A primeira coisa que a inflação provoca na economia é um círculo vicioso de aumento de preços. Quando se aumenta o preço do açúcar, por exemplo, o cafezinho nosso de cada dia fica mais caro e é assim que acontece quando outros produtos aumentam de preço, sempre levam outro à reboque.
Do lado das famílias, o aumento de preços provoca uma redução do poder de compra do assalariado, maior dificuldade na realização de um planejamento financeiro, além de redução do ganho real nas aplicações financeiras por parte dos indivíduos investidores.
Fique atento:
O Consumidor precisa ficar atento aos preços e tentar o máximo possível comprar nas ofertas e quem sabe trocar o produto por um similar, pelo menos enquanto o preço está muito acima do normal.
Com a evolução do sistema financeiro e o avanço da tecnologia, o uso do dinheiro em espécie tem sido paulatinamente substituído pelos cartões de crédito. Várias são as vantagens da utilização da chamada moeda eletrônica, posso citar a sua ampla aceitação no comércio, a não utilização de talões de cheque e o transporte de dinheiro na carteira, que em momentos de violência como vivemos hoje tem sua relevada importância.
Existem cinco tipos de cartões circulando no mercado: os de crédito, débito, múltiplo (débito e crédito), pré-pago e os de loja (restrito a uma determinada rede de lojas). Segundo a Associação Brasileira das Empresas de Cartão de Crédito e Serviços – ABECS, existem cerca de 628 milhões de cartões circulando no mercado com um faturamento de R$534,7 bilhões. Em 2000 eram 118,2 milhões de cartões, um aumento de 431%. Se considerarmos que a população brasileira, segundo o Censo de 2010, tem cerca de 190,7 milhões de pessoas, isso dá 3,29 cartões em média para cada cidadão brasileiro. Foram cerca de 7,13 milhões de transações, sendo que em sua maior parte por meio da utilização de cartão de crédito, que representou 41,58% das transações. Em segundo lugar, ficaram os cartões de débito com 39,89% e por último os cartões de loja e rede com 18,53% das transações. Agora o mais interessante é que a variação mais expressiva em termos de transações, nos últimos dez anos, ficou com os cartões de débito que evoluíram nesse período 1.277%. Os cartões de crédito variaram no mesmo período 419% e os de rede e loja 312%.
Como vimos, a utilização em massa dos cartões de crédito faz nos levar a alguns cuidados e considerações. A primeira é que devemos ter cuidado com os juros cobrados pelas administradoras de cartão. O crédito rotativo, que é aquele que você usa quando paga somente o valor mínimo, chega em média a 240% a.a. ou o equivalente a 10,74% a.m.. Assim, pagar o mínimo, somente quando for extremamente necessário. É preciso muito cuidado para isso não virar hábito e transformar-se numa verdadeira “bola de neve” de endividamento. Se for preciso faça um empréstimo num banco ou numa financeira com um juros menor e quite sua dívida junto ao cartão.
É bom enfatizar que na opção do crédito rotativo, ou seja, no financiamento, os juros incidem somente sobre o saldo verificado entre o valor da fatura e o valor pago. Por exemplo: O valor do pagamento total da fatura no vencimento é de R$ 400,00, nesse caso o pagamento mínimo seria de R$ 80,00 (20% de R$ 400,00) e o valor do saldo (o restante) é de R$ 320,00, que será o valor a ser financiado e onde será cobrado os juros. Podem incidir, por ocasião de atraso no pagamento, além dos juros, multa moratória de cerca de 2% e juros de mora de 1%.
O Banco Central (BC) anunciou, no final do ano passado, novas regras para o setor de cartões de crédito no País. O Governo para estimular o uso racional e a possível inadimplência no uso dos cartões de crédito, estabeleceu que a partir de 1º de junho deste ano, o valor mínimo será de 15% do total do pagamento, que hoje é de 10%. Alerto que alguns bancos já estão usando o mínimo de 15%.
Para finalizar, indico por sugestão da ABECS de forma resumida, alguns cuidados que o portador deve ter com o cartão e com a senha:
Use os benefícios do cartão de crédito de forma eficaz, inclusive como instrumento de auxílio no planejamento financeiro de suas compras. Sugiro a leitura do Manual do Portador do Cartão no site da ABECS, através do site www. abecs.org.br.
José Maria Porto M. Sobrinho*
“O Presente Foge, o passado é
irrecobrável, e o futuro, incerto”
Eduardo Giannetti
Nada melhor que o começo de um ano para fazermos uma reflexão sobre algumas questões da nossa vida. Vivemos numa economia onde a satisfação do consumo presente sobrepuja a formação de poupança de longo prazo. Diante desse dilema, você já parou para refletir como estará sua situação financeira daqui a 10, 20, 30 anos? Será que você está se preparando corretamente para a sua aposentadoria?
Afinal de contas, pensar no futuro não é um exercício muito fácil, pois sempre temos uma tendência de nos colocamos no futuro da mesma forma que vivemos o presente. Se atualmente vivo muito bem, porque não estarei assim também no futuro. Infelizmente o que se tem observado é que nem sempre assim as coisas funcionam e a realidade muitas vezes é frustrante. As pessoas por infortúnios da vida ou falta de planejamento financeiro, chegam ao final de sua vida laborativa sem recursos suficientes para viver bem a sua aposentadoria e bancar o estilo de vida que merece.
O momento político-econômico que vive os países da União Europeia é um exemplo dessa realidade e mostra como é importante se pensar no futuro. A capacidade desses países de sustentar aposentadorias abastadas mostra-se cada vez mais limitada. Foram anos de gastança que geraram um descontrole orçamentário e uma grave crise fiscal. No Brasil não é diferente e o profissional liberal que queira manter seu estilo de vida atual e que não tenha no futuro uma renda além da aposentadoria do INSS, indubitavelmente terá uma vida financeira pós laborativa com muito sacrifício.
Assim, apesar dos diversos afazeres do dia a dia é crucial destinar parte desse tempo para cuidar das suas finanças e do seu planejamento financeiro. Para formar uma reserva de liquidez tranquila, planeje sua aposentadoria e comece desde hoje a poupar o suficiente para gerar esses recursos. Trace uma estratégia precisa, deliberada e dirigida para a acumulação dos bens e valores que irão formar o seu patrimônio pessoal e de sua família.
Sabendo poupar é hora de tratar do enriquecimento da “cultura financeira”. É de conhecimento geral entre os consultores financeiros que os cidadãos de QIs elevados não têm necessariamente a mesma inteligência para cuidar do seu dinheiro.
Procure conhecer os produtos que estão disponíveis no mercado financeiro para formação de seu patrimônio. Administrar bem os seus recursos é fundamental. Muito cuidado quando for investir. Existe uma diversidade de produtos voltados para pessoas físicas, como a poupança, CDBs, fundos de investimento e ações, este último envolvendo maior risco, portanto exigindo maio cuidado para aquele investidor que almeja o retorno do seu investimento no longo prazo.
O segredo é não persistimos em cometer alguns erros que podem comprometer nosso futuro financeiro e lá na frente corrermos o risco de nos lamentarmos dizendo: Há se eu soubesse...
(*) Economista, Consultor Empresarial, MBA em Finanças pelo IBMEC e Mestre em Administração pela UECE/Coimbra.
Até bem pouco tempo a pessoa física só podia investir em títulos públicos federais, através de uma instituição financeira que comprava esses títulos em nome do cliente. Entretanto, desde o início de 2002, o Tesouro Nacional criou o programa Tesouro Direto, oferecendo uma oportunidade para os investidores pessoas físicas aplicarem seus recursos em títulos públicos federais, da mesma forma que os grandes investidores institucionais. Assim, o investidor pode realizar por meio da internet, a compra de uma cesta diversificada desses títulos.
Mas afinal de contas o que é um título público federal? Os títulos públicos federais têm como objetivo prover recursos necessários à cobertura dos déficits orçamentários do governo. É a mesma coisa que acontece com uma empresa que precisa pedir dinheiro emprestado para fazer face aos seus pagamentos. Assim, quando uma pessoa física investe num título publico, literalmente ela está financiando o governo que se torna o seu devedor. O governo também se utiliza desses títulos para implementação da política monetária, por exemplo, com o intuito de reduzir o nível de dinheiro em circulação na economia que pode gerar um processo inflacionário.
Quais são os passos para investir em títulos públicos federais? 1º) O primeiro passo para se aplicar no tesouro direto é acessar o sitewww.tesouro.fazenda.gov.bre realizar uma leitura completa das informações que lá estão disponíveis, inclusive no item perguntas freqüentes, isso vai facilitar muito para dirimir suas dúvidas iniciais; 2º) Procure a ajuda de um especialista numa corretora de valores mobiliários ou num banco. Ele irá ajudá-lo caso tenha ficado alguma dúvida na leitura das informações contidas no site; 3º) Conheça as características dos títulos que você está adquirindo. Escolha a que mais se apropria a sua expectativa de remuneração e risco; 4º) Procure um banco ou corretora que seja habilitado para ser seu agente de custódia. No site do tesouro direto tem a relação completa dessas instituições.
Quais são os títulos disponíveis para compra no tesouro direto? Atualmente são negociados os seguintes títulos públicos: LFT, LTN e NTN.
A LFT é um título Pós-fixado que é remunerado pela taxa SELIC (a taxa básica de juros da economia). A LFT não paga juros durante o prazo da aplicação, você recebe o valor investido acrescido dos juros por ocasião do resgate.
A LTN é um título prefixado, você conhece a taxa de juros que irá remunerar sua aplicação, ou seja, o seu valor de resgate é pré-definido. Ela também não paga juros intermediários.
A NTN-B é um título Pós-fixado que rende a variação do IPCA + Juros (que vai variar de acordo com o prazo da aplicação). Nesse caso o investidor recebe juros semestralmente.
A NTN-B Principal é um título Pós-fixado que rende a variação do IPCA + Juros. Difere-se da NTN-B por não pagar juros semestralmente.
A NTN-C é um título Pós-fixado que rende a variação do IGP-M +Juros. A NTN-C paga juros semestralmente. Ela é uma opção para quem quer se proteger da inflação medida pelo IGP-M.
A NTN-F é um título prefixado (como a LTN), com valor de resgate pré-definido e com pagamento de juros semestrais (diferente da LTN que não paga juros semestrais).
Afinal de contas qual deles é mais adequado para se aplicar? Isso vai depender da sua estratégia. Quem acha que a taxa de juros vai cair, os títulos prefixados (LTN e NTN-F) são os mais indicados. Quem pretende se proteger da inflação, deve procurar os títulos indexados à inflação, como a NTN-B e a NTN-C (observe que o primeiro é atrelado ao IPCA e o segundo ao IGP-M). Já aquele que quer acompanhar a taxa de juros de mercado o ideal é a LFT que acompanha a rentabilidade da taxa de juros Selic. Como podemos ver opção é o que não falta.
Em relação ao risco e a liquidez? O risco é governo federal. Ao adquirir estes títulos o investidor está incorrendo no risco de crédito do governo, portanto risco baixíssimo. Em relação à liquidez, isso não é problema, pois o próprio tesouro nacional recompra os títulos todas às quarta-feiras. Os créditos são realizados sempre às quintas-feiras.
Quais são as taxas devidas nessa operação? São cobradas as seguintes taxas: taxa de administração, incidente no ato da compra, que varia de acordo com a instituição financeira; taxa de negociação de 0,10% sobre o valor da operação realizada no momento da compra do título. Taxa de custódia BM&FBovespa de 0,30% a.a. sobre o valor dos títulos cobrada semestralmente no 1º dia útil de janeiro ou julho. Parece muita taxa, mas o somatório delas, dependendo da instituição que você escolha, pode ser menor do que a praticada por muitos fundos de investimento. Essa é uma das vantagens do Tesouro Direto.
O imposto de renda segue uma tabela decrescente de acordo com o prazo da aplicação: até 180 dias 22,50% de 181 a 360 dias 20,00% de 361 a 720 dias 17,50%, acima de 720 dias 15%.
Este artigo não é uma indicação de investimento. Ao realizar operações no tesouro direto procure a ajuda de um especialista.
Todo investimento para se demonstrar atrativo deve abranger o tripé: segurança, liquidez e rentabilidade. O Tesouro Direto é hoje uma das aplicações financeiras disponíveis no mercado financeiro que consegue atingir esses três objetivos. Além do que você pode realizar suas aplicações e resgates com extrema praticidade e comodidade, verificar a rentabilidade dos seus títulos, prazos de vencimento e recebimento de juros.
O interesse do público em investir em títulos públicos federais via internet vem sendo verificado nas suas estatísticas. Segundo o site do Tesouro Direto, em novembro de 2010 o montante financeiro vendido nesse segmento foi de R$ 192,04 milhões. O número total de investidores cadastrados ao fim do mês de novembro atingiu 210.814, o que representa incremento de 22,40% nos últimos doze meses. Evidentemente, que esse número comparável ao que se movimenta no mercado financeiro ainda é muito pequeno. Talvez isso aconteça pelo receio das pessoas de que comprar títulos públicos é somente para especialistas e grandes investidores ou até mesmo pelo receio de se operar via internet. Acredito que esse último motivo seja o menor dos casos, pois existe uma infinidade de pessoas que já se habituaram ao uso da internet para comprar produtos e realizar suas operações bancárias.
È necessário esclarecer ao leitor que decida investir no Tesouro Direto que ele deve sim ter noção de investimentos e se for necessário procurar a ajuda de um especialista e quem sabe participar de um curso para aperfeiçoar seus conhecimentos sobre investimentos de um modo geral.
No último artigo dessa coluna, comentamos sobre os tipos de títulos públicos federais e as estratégias a serem adotadas para cada título específico. Para se ter uma ideia do que se anda negociando nesse segmento, no mês de novembro de 2010 (último dado disponível), destacou-se a elevada demanda por títulos indexados ao IPCA (NTN-B e NTN-B Principal), cuja participação nas vendas atingiu 47,54%. Isso aconteceu pelo receio dos investidores em relação ao aumento da inflação. Os títulos prefixados (LTN e NTN-F) ficaram em segundo lugar entre os mais vendidos, com participação de 43,24% do total das vendas. Os títulos indexados à taxa Selic (LFT) apresentaram participação de 9,22% nas vendas no mês.
Em relação ao risco e a liquidez? O risco é governo federal. Ao adquirir estes títulos o investidor está incorrendo no risco de crédito do governo, portanto risco baixíssimo. Em relação à liquidez, isso não é problema, pois o próprio tesouro nacional recompra os títulos todas às quarta-feiras. Os créditos são realizados sempre às quintas-feiras.
Quais são as taxas devidas nessa operação? São cobradas as seguintes taxas: taxa de administração, incidente no ato da compra, que varia de acordo com a instituição financeira; taxa de negociação de 0,10% sobre o valor da operação realizada no momento da compra do título e a taxa de custódia BM&FBovespa de 0,30% a.a. sobre o valor dos títulos cobrada semestralmente no 1º dia útil de janeiro ou julho. Parece muita taxa, mas o somatório delas, dependendo da instituição que você escolha, pode ser menor do que a praticada por muitos fundos de investimento. Essa é mais uma das vantagens do Tesouro Direto.
È bom se atentar ao seguinte: Em torno de 71% das vendas dos títulos públicos federais via internet são realizados no prazo entre 1 a 5 anos. O motivo disso é que as taxa de administração e a de negociação são cobradas no momento da aplicação, dessa forma não vale a pena fazer aplicações no prazo muito curto. Títulos com resgate previsto acima de um ano seria o ideal para diluição desse custo inicial da operação (até mesmo para redução do imposto de renda). Para prazos mais curtos prefira a caderneta de poupança ou os fundos de investimento de renda fixa.
Para se pagar menos imposto deve-se observar a tabela a ser utilizada no momento do resgate. O cálculo do imposto de renda segue uma tabela decrescente de acordo com o prazo da aplicação: até 180 dias 22,50% de 181 a 360 dias 20,00% de 361 a 720 dias 17,50%, acima de 720 dias 15%. Quanto maior o prazo aplicado menos imposto você paga!
Este artigo não é uma indicação de investimento. Ao realizar operações no tesouro direto procure a ajuda de um especialista.
José Maria Porto Magalhães Sobrinho*
Estudar o comportamento humano diante dos riscos e incertezas sempre foi um grande desafio para os pesquisadores. Para tentar explicar como funciona a mente humana diante dessas situações veio a neuroeconomia que é um ramo da economia comportamental que veio com o intuito de tentar explicar o comportamento dos consumidores e investidores, por meio dos estímulos que afetam o cérebro, feito o risco, o medo de perder, o incentivo de ganhar, o gosto pelas apostas e a preferência por produtos.
O neurocientista Dean Buonomano, da Universidade da Califórnia, cita um exemplo da aversão à perda, e que ela carrega mais bagagem emocional do que o seu ganho equivalente: “Se você for como eu, é mais angustiante perder uma nota de $100 do que compensador encontrar uma nota de $100. De forma semelhante, se seu investimento em ações começa em $1.000, sobe para $1.200 em uma semana e, em algum ponto, começa a cair de volta para $1.000, a sensação de queda é mais aflitiva do que é agradável a de subida.”
Robert Shiler, neurocientista e pesquisador daUniversidade de Yale enfatiza que os “estudos de neuroeconomia são o início de uma revolução na teoria econômica”. O fundamento por trás dessa teoria é entender o que vai além da racionalidade e da aversão a risco dos agentes econômicos que supõem que esses agentes usam todas as informações disponíveis, públicas e privadas da melhor maneira possível, tomando decisões ótimas que maximizam a sua satisfação.
O cérebro, dizem os pesquisadores, busca fugir dos perigos e trata o dinheiro da mesma forma que os alimentos, o sexo e a sede. No plano emocional, obtê-lo é como saciar a sede ou a fome, por exemplo, e não simplesmente pela questão de acumulação de bens. Para a psicanalista Josefina Prunor, a compulsão por ganhar dinheiro não é diferente da por outros bens materiais, segundo ela “as chamadas patologias financeiras são semelhantes ao vício por drogas, incluindo-se aí as compras compulsivas”.
Com o avanço das pesquisas na neuroeconomia, criar-se-á uma forma de entender o funcionamento complexo do cérebro e onde predominam a razão e a emoção diante de um processo decisório no nosso dia-a-dia.
(*) Economista, Consultor Empresarial,
MBA em Finanças pelo IBMEC e
Mestre em Administração pela UECE/Coimbra.
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